Numa horta qualquer, mas muito especial vivia uma jovem alfacezinha. Seu nome era Adolfina. Ela era a mais bonita e mais adorável de todas as criaturas da horta. Era doce, meiga, gentil com todos e só queria uma coisa: compartilhar sua beleza e alegria com o mundo. Brincava com os brotinhos, visitava os vegetais doentes. Todos queria ser amigos dela.
Mas de todos os seres da horta, apenas três nao gostavam de Adolfina. Eram as irmãs Acelga. Elas a invejavam, odiavam, eram cheias de raiva e rancor, eram amargas e perversas. Felizmente, a jovem alface nao se importava com elas, pois lá ela tinha todos os amigos que poderia imaginar como as cebolinhas, os oréganos, os manjericões e o brócolis (seu melhor amigo).
Certo dia, enquanto Adolfina brincava com os brotinhos recém nascidos de Dona Agrião, algo estranho realmente aconteceu. Um novo morador havia chegado. Mas quem? Adolfina não sabia, e no momento nao a interessava, pois estava se divertindo muito cuidando dos brotinhos de agrião. Foi a sua curiosidade em ver tamanha multidão ao redor do novo morador que a fez conferir quem era. Um alface jovem, bonito, vistoso, com folhas bemverdes e brilhantes, e de caules bem fortes. Adolfina novamente não se permitiu distrair por muito tempo, pois tinha brotinhos pra cuidar no momento.
As acelgas, que perceberam que uma grande oportunidade havia chegado, se aproximaram de Adolfina e começaram a despejar seu veneno sobre ela. Diziam que todos iriam esquece-la, que ela ficaria só e que num futuro bem próximo nada a restaria a não ser a solidão. Diziam também que ela se tornaria amarga, cruel, melancólica, que o abandono a faria se tornar tal como as acelgas eram. Ao ouvir isso, a jovem alface não se conteve e começou a chorar e se sentir muito magoada. Saiu correndo de onde estava, chorando e desesperada e foi direto à casa de seu amigo Brócolis para conseguir algum conforto. Nem as palavras de seu melhor amigo não adiantaram muito, pois o veneno das acelgas era terrível muito cruel. Assim, a jovenzinha, muito inocente, voltou para casa. E algo chamou sua atenção. algo que a fez mudar seus sentidos profundamente. Pela primeira vez ela viu de mais perto Adolfino, o novo alface. Foi paixão a primeira vista, e parec que recíproco também, pois o rapaz parecia ter se encantado com a beleza doce e inocente de Adolfina.
Os dois se tornaram inseparáveis. Viviam juntos. Caminhavam juntos, esbanjavam sua beleza juntos, brincavam com os brotinhos, visitavam os doentes...enfim, aonde um ia o outro ia atrás. Todos os vegetais da horta os amavam, pois onde o casal se encontrava, uma onda de alegria se espalhava. As manhãs eram mais doces com os dois, o casal que compartilhava de sua alegria e beleza com todos trouxe um período de grande felicidade naquela horta, onde a alegria parecia ser lei.
Como nem tudo na vida são flores, algo de ruim também sempre pode acontecer. Desse modo pensavam as acelgas que sentiram uma repulsa asquerosa desde o primeiro momento que viram o mais novo casal junto. Trataram logo, de bolar um plano, forjado com todo o seu rancor, amargura e inveja que tinham por Adolfina. Durante dias e dias, as três irmãs ficaram concentrando seu veneno para o dia que derrubariam a jovem alface. Numa noite qualquer, as irmãs saíram por toda a horta espalhando seu veneno nos habitantes vegetais. Diziam palavras cruéis de que Adolfina e seu amado tripudiavam acima de todos com sua beleza, que desprezavam todos os outros por serem felizes, enfim, espalhavam vários comentários maldosos com o objetivo de fazer todos odiarem o belo casal.
No dia seguinte, enquanto Adolfina e Adolfino faziam sua caminhada matinal, aparece Brócolis, o melhor amigo de Adolfina, correndo desesperado. Ele tentava dizer que algo de muito ruim estava por acontecer, algo relacionado a uma conspiração e...Brócolis nunca conseguiu terminar sua mensagem, pois foi agarrado e destruído por um orégano a mando das acelgas. A alfacezinha logo prostrou-se a chorar, havia perdido seu melhor amigo de uma maneira terrível, mal sabia ela que não teria muito tempo para despejar suas lágrimas, pois as três irmãs Acelga haviam chegado. Cheias de si e certas de seu veneno, ordenaram que carregassem o casal, elas teriam uma surpresa para eles.
Depois de um tempo, todos chegaram a um caldeirão cheio de água fervente. Ali as acelgas riam e diziam alegres de boca cheia que o dia de sua vingança finalmente iria chegar. Ordenou que jogassem os dois ali para morrer cozidos. E assim fizeram. Nesse momento só se ouviu gritos de dor e tristeza vindo daqueles que sempre fizeram bem a todos na horta, mas agora estavam morrendo, de maneira lenta e dolorosa. As acelgas, como não se contentavam só com isso, foram bem próximas do caldeirão tripudiar sua vitoria sobre Adolfina, com palavras de desprezo e ódio.
Mas isso nao podia ficar assim. Adolfino como era forte, numa tentativa de sobrevivência, conseguiu puxar as acelgas para dentro do caldeirão junto a ele. Se eles morreriam, que morressem juntos. Ainda lhe restava uma pequena fagulha de força, e no meio daquela tortura dolorosa, conseguiu jogar Adolfina, sua amada, para fora da água fervente. Agora sem forças ele finalmente se deixou entregar. Do caldeirão, vinham gritos de ódio das irmãs Acelga, amaldiçoando, desprezando a tudo e a todos naquele momento, e mesmo no fim elas nao deixavam de sentir ódio e inveja por Adolfina.
Ao redor, todos os habitantes da horta assistiam perplexos a essa cena de barbaridade, e viam no chão, atirada, Adolfina, ou a sombra do que foi um dia. Ela estava jogada, suas folhas (ou o que restava delas) já não mais carregava aquela cor viva e brilhante de outrora. Estava mutilada, destruída e em sua face estava estampada uma expressão de imensa tristeza.
Seus vizinhos, agora todos arrependidos e vendo o crime que haviam cometido, mal conseguiram fazer alguma coisa a não ser levá-la para sua casa e tratar suas feridas. Tudo foi em vão, pois Adolfina nao resistiu mais do que três dias e enfim morreu triste e se sentindo só. Mas havia algo de diferente ali. Sim, havia. Pequeno mas presente, era um brotinho, fruto do amor de Adolfina e Adolfino. Tal brotinho trouxe um pouco mais de esperança nos corações tristes dos habitantes da horta. Era um sinal de que agora todos tinham uma segunda chance, de fazer a coisa certa . E talvez um dia esse brotinho traria tanta alegria e beleza quanto seus pais trouxeram.
!!!!!Fim!!!!!
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Comentários
tuga...err...bem...ann....
É....pode tambem aparecer no Cotidiano um broto de alface com problema de existencia....Dai so o CS para desfolhar o problema..
Fox na lista dos mais vendidos do New York Times.
Se você detalhar mais a história fica show. Detalhe melhor a horta. Quem eram os habitantes?
Agora tem que ter a parte dois.
O brotinho com certeza tem que salvar a horta de uma terrível desgraça.
=}
AAAAhhh FFFooooxxxxx eu tentei. Fui até a metade. Amanhã leio o resto, senão meu relatório fica na metade!!!
LOl! T.T
Fox... eu sei toca-la... piano
Pois é, FoxRaider... Além de feeling, também deu um surprising...
Agora que estou pensando... Acho que isso vai acabar como os "cotidianos LOROLOKO'S"... "Um conto vegetal Pt. 2 - O broto amigo."
Ótimo. A temporada de caça as frases esta oficialmente aberta.
...
Ou encerrada. Nunca acerto. Mais texto, menos frase pronta.
Tá resolvido.
ok maria...eu escrevo mais sim
Escreva mais Fox !
Muito bonitinha a história Fox, emocionante e inteligente.
sim luke...tambem conhece? *--*
A musica... sei toca-la...
Acceptance... não é?
Morris Albert? Feeling? É isso?
obrigado alucard...a musica fui eu que coloquei no post...sabe, pra dar um feeling a mais
FoxRaider, o fazedor de contos vegetais!!
Que triste!!! Mas... Eis que surge uma luz no fim do túnel: o broto!!
PS: compartilho da surpresa do Elemental!! (O.o? "mas de onde vem essa música...??" hehe
ahh maria...as vezes eu tenho medo do que sai da minha cabeça....nunca mais faço posts assim
Fox,
Estou com a voz embargada pela emoção... que história mais linda... pobre da Adolfina
pai...do que voce ta falando?
Eu ainda to chorando!
Putz tinha som e eu com as caixinhas desligadas ....
vou ter que ler tudo de novo
E eu querendo saber de onde vinha essa música!!!!
Já pensou se a mode de postar com áudio vinga aki no cantinho???
senhorita nana....vai ler tudinho sim...da pra ler bem rapido o texto...
AAAAhhhh FFFOOOOXXX meuuu!!! Vou ler só a ultima linha!!! Tá grande e a tia tem que trabaiá!!!
Pronto li tudo, tudinho mesmo
Cara isso daria uma ótima novela das oito
basta mudar os personagens
Felipe.
Eu nem gosto de FIRST mesmo! Quem disse que eu gosto? Eu não gosto.
Tô nem ai pro FIRST.
tem nao..quer saber o final leia até o fim....
Eu fui bem até a hora que disse que tinha tres irmãs invejosas e chegou um cara la.
O filho, não tem resumo da obra não? Ficou só um pouquinho extenso.
FIRST FAIL TYR!
o fox, não tem essa história em versão vídeo??? ô preguiça de ler
Hánnn, hum...
Em PRIMEIRO lugar. First.
Agora... alface anda?
Putz...a Adolfina morreu no modo [Forever_Alone_mode_on].......(Sninf) (Sninf).....
Bela historia,mesmo comprida eu chorei!