Questão de palavra

A vida, essa sim é uma caixinha de surpresas. Brincar de fantoche nunca fora algo estimado com preferência por mim. Cá estou, chateado, desmotivado, sem vontade de cantar uma bela canção. Mas numa bela manhã de sol, estou certo de que tudo passará.
Arrependido? Não sei. Furioso? Talvez. É dificultoso quando as coisas soam fáceis e, instantaneamente, alternam-se para perigosos precipícios.
Pensamentos vêm e vão, o tempo todo, involuntariamente. Apenas pessoas excepcionais são hábeis para contê-los, com o intuito de não prejudicar o dia-a-dia. Desafortunadamente, não pertenço a essa classe, portanto, tenho afetadas algumas ações ao deparar-me com determinados estorvos habituais à vida em geral.
A coordenação dos sentidos não mais existe, o céu torna-se escuro. Ao canto de um cômodo vazio, procuro respostas, vestígios, algo jamais vivido. Desprovido de esperanças, sobeja-me arcar com as dívidas feitas internamente. Prometi alcançar a felicidade e garanto que, carecido de ajuda ou não, tornar-se-á realidade.
"Fuma aqui e toma um chá, fuma aqui e toma um chá, e fica numa boa..."
Curioso como causas simples possam causar tanto bem-estar e esclarecimento. Não, não falo sobre dar um tapa na pantera. Trata-se do humor. Disposição temperamental, modificada em questão de poucos segundos e algumas palavras. Receio possuir um humor mais sensível, mutável muito facilmente, capacitado para transformar situações, encontros. Uma das chaves para tudo.
Um olhar, um instante, quem sabe até um pequeno diálogo. Outras mínimas coisas muitas vezes responsáveis pelos mais inimagináveis quadros da vida. Possuem grande poder, atingem em fundo o comportamento humano, aliás, algo divertido para ser avaliado. Fato é que o psicológico das pessoas está muito longe de ser entendido, sobretudo explicado.

Moral da história: o poder da palavra é incomensurável, portanto, meça-as antes de colocá-las no mundo.